terça-feira, 21 de dezembro de 2010

- Certo ou Errado?

Ultimamente tenho-me debatido com as questões do que é o “certo e o errado”. O que é realmente o “certo”? O que é realmente o “errado”? Aparentemente estas questões são de fácil resposta porque, afinal, diriam muitos de vocês, “o certo é o fazer o bem” e “o errado é fazer o mal”. Ok, parece-me uma boa resposta. É simples, é lógico, e faz sentido. Mas, e sem querer ser chato, esta resposta leva-me a levantar uma outra questão: Afinal, o que é o Bem? E, já agora, o que é o Mal? Com que bases é que julgamos o valor do certo e do errado? O que nos leva a dizer que determinado comportamento representa o Bem e um outro, contrário neste caso, representa o Mal? Aonde fomos nós buscar essa forma de “olhar”, essa forma de avaliar pessoas e os seus comportamentos, esse poder que detemos de julgar as questões morais com que a (maioria) da nossa sociedade se identifica e põe até em funcionamento legal? Será que matar alguém é errado? E se for para defender uma nação? E aí? Passa a certo? ; Roubar é mau? E se for para comer? Já será “Bom” fazê-lo? Será a condição de “certo e errado” uma ideia relativa e subjectiva conforme as condições envolventes? Estou certo que sim.
Olhando para estas questões de um outro ângulo, estou convicto que a maioria dos valores que tomamos como sendo certos ou errados foram-nos deixados como herança dos que por cá passaram. Fomos crescendo com a ideia que “isto” é mau e que “aquilo é “errado”, com base naquilo que outros outrora disseram e pensaram. Isto leva-me a questionar o meu EU; Como é que EU "olharia" para o certo e para o errado, para o bom e para o mau, se não tivesse como meu guia essa “consciência herdada” dos meus pais e avós; Se EU não fosse influenciado pelo meu passado e pelas pessoas que me incutiram esses valores, quem na realidade seria EU? Quais seriam as minhas bases, quais seriam os meus princípios como pessoa e como ser-humano que age e interage com outros seres-humanos?
Muitos de vós poderiam me acenar com a imagem da Eva e do Adão a comerem uma maçã mas, e perdoem-me por isso, nem de longe nem de perto me convenceriam que seria “dali” que vêm as directrizes correctas. (E “isto” leva-me a divagar para um outro lado da coisa…)
Se me permitem, quero aqui também levantar outras questões acerca do Mal e do Bem.
Na realidade, nesta questão de “princípios”, penso que não estamos a ver a “Big Picture” da coisa… É que, e não me levem a mal por isto, sou da opinião que Tudo é necessário para o nosso equilíbrio, para a nossa evolução, inclusive o “errado”, inclusive o “Mal”. Sou da opinião que o Deus que construiu o Céu também construiu a Terra; o Deus que fez o Alto também fez o Baixo; Ele, que fez o Bem, também fez o Mal (sim, porque se Ele é o Criador de Tudo, Ele é o Criador de Tudo). E não, não sou da opinião que Ele “planta maçãs podres” para nos envenenar e depois, como castigo, nos amarrar eternamente no Inferno por isso. Sou, isso sim, da opinião que Ele deixou-nos TUDO para que pudéssemos experimentar TUDO e, dessa forma, descobrimos pelas nossas escolhas (sejam elas quais forem) a Verdade de Quem Realmente Somos. Acredito piamente que a nossa missão na Terra é termos consciência de “Quem Somos”, e para isso, precisamos de “experimentar” a Terra. Partindo do principio que esta “minha” teoria é válida, proponho que analisem estas considerações.
Reparem: De forma a “ajudar” os Seres Humanos a saber Quem Realmente São, Deus criou o Mundo pela “regra” da dualidade das coisas. Para que pudéssemos escolher, tudo no Mundo teve direito a duas faces. (Alto/Baixo; Quente/Frio; Molhado/Seco; Dia/Noite; etc. ….) Ora bem, de forma a conhecer-me melhor, EU não poderia dizer que gosto mais da Água do que do Fogo se nunca tivesse experimentado o Fogo. Não poderia dizer que gosto mais do Seco do que do Molhado se nunca tivesse experimentado o molhado. Isto quererá dizer que o “Molhado” é mau? Quererá dizer que o “Fogo” (que experimentei para descobrir que o meu EU gosta mais de Água) é mau? Reparem: Pelo facto de dizer que sou Bom, não precisarei “eu” de conhecer o Mau? Não precisará o “Mau” de existir para que eu o saiba reconhecer e aí então optar pelo “Bem” (ou não!)? Isto quererá dizer que o “Mau” é mau? Não necessitei “eu” do “Mau” para descobrir que sou Bom? Não será o”Mau” e o “Errado” necessários á nossa experiência (e quando digo nossa experiência refiro-me, obviamente, á experiência da Humanidade) para descobrirmos e experimentarmos o “Bom” e o “Certo”? Não será o “Mau” um “Bem” necessário para a nossa evolução pessoal e interpessoal?
Não precisarei EU de conhecer o frio para saber que me sinto quente? Agora multipliquem mentalmente este princípio pelas milhares das experiencias humanas ao nosso dispor, e aí sim, ficarão com uma vaga ideia daquilo a que me refiro. (E não, eu não fiz as contas).
Acredito que a Vida existe para que o ser humano se crie e recrie através dos “elementos” existentes. As escolhas (Boas e Más) servem para nos dizer Quem Nós Realmente Somos, e só apenas através da experimentação desses “elementos” podemos, todos os dias, nos definirmos e redefinirmos. Para sabermos Quem Somos, primeiro precisamos de saber Quem Nós Não Somos… ou Não?
Para que conste, eu sou “Bom”… pelo menos pelos termos do que a sociedade reconhece como “Bom”…
Claro que se eu vivesse no “Inferno”, o “Bom” seria “Mau”…(mas isso já é outra questão).

4 comentários:

Jota disse...

Muito bom.
Abraço.

Hélder Ferrão disse...

Muito Obrigado, Jota!
Abraço!

FM disse...

Eu também sou BOM, ou melhor, tento melhorar-me.
Nunca percas a escrita,... é tão tua...
Abraço.

Hélder Ferrão disse...

E fazes Bem Francisco. O Tentar é muito importante porque, como sabes, não basta termos a ideia que o Somos, é preciso experimenta-la. Aquilo que fazemos é o que realmente conta. Mas sim Francisco, és realmente Boa pessoa porque fazes todos os dias por o ser. Continua assim meu amigo, a Ser o Que és e Quem és!
Em relação á minha escrita... olha, tem dias! (sorrisos)
Abraço!