segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"O Corpo (ás vezes) Mente"

Gostava mais de aparentar ser aquilo que realmente sou e de ser menos aquilo que aparento ser, em algumas ocasiões, claro. Para que saibam, não me considero um cínico mas, de quando em vez, dou comigo a julgar-me, a penitenciar-me por algo que disse ou que fiz e que, nem de longe nem de perto condiz com a verdade, pelo menos aquela que trago comigo. É. Gostava de ser mais transparente, de mais fácil “leitura”, pelo menos para aqueles que me são importantes e que, muitas vezes, “levam” com a face do meu “outro” na cara. Embora esta “explicação” roce a ideia da “desculpa”, ela pretende ser tudo menos isso. Sei o que sou, sei quem sou, e quem não “quiser”, olhem, que não me ature. Não carrego arrependimentos às costas do que disse ou podia ter dito a este ou àquele, seja ele mais próximo ou mais afastado do peito. É pena, mas é a mais pura das verdades. Sou da opinião que devemos assumir os nossos erros, mas não devemos andar com eles atrás como um peso morto a empestar-nos o ar…. Esta forma de estar, (retomando agora um pouco o fio á meada) penso que não é mais que uma questão de hábito, mau neste caso. Habituei-me demasiado ao “espírito crítico”, ao espirito do "deita abaixo" quando vejo um fresta que seja, isto um pouco talvez por “defeito profissional”.... não sei. Sei que me tornei demasiado “picuinhas”, exigente com os outros, demasiado exaustivo na argumentação de um “ponto”, mesmo quando esse “ponto” é completamente irrelevante. Ponho-me sem razão na posição de rei e senhor da verdade mesmo quando estou completamente errado. Deixei de ouvir, e pior, deixei também de escutar. Costumava ser tão bom nisso, tão sensível a isso… Cheguei á conclusão que não o faço para “parecer mais” do que aquilo que sou mas, efectivamente, é isso que aparenta, inclusive quando me revejo ao espelho. É uma imagem demasiado dura essa que hoje vejo. É uma imagem que eu quero acreditar ser mentira, pois acredito mais na minha “essência”. Sei que sou muito boa pessoa, de bem com a vida e com os outros. Sei também que sou tolerante e compreensivo, e de egocentrico não tenho nada…
Então por que raio é que aparento ser exactamente o contrário?
É... o corpo ás vezes mente...

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