sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Parar...de vez em quando

Ultimamente apenas se ouve falar em política (as eleições no próximo Domingo), e em futebol (no clássico entre o FCP e o Sporting no próximo Sábado). Dois dos assuntos “proibidos” para discussão entre os comuns dos mortais estão na ordem do dia, tanto na comunicação social, como na boca do povo, alimentado debates nas mesas de café e bancos de jardim. Por isso, hoje neste blogue, vou completar a trilogia dos temas “indiscutíveis” falando, nada mais nada menos, de Religião. Não vou aqui fazer uma análise exaustiva em relação aos princípios, ás doutrinas e práticas que as religiões mais “normais” usam. Não. Vou apenas contar uma pequena história que aconteceu comigo há apenas alguns dias.
Quando as vi á porta do prédio, de pasta numa mão e um pequeno livro colorido na outra, olhando para mim com um sorriso largo e um pouco tenso nos lábios através do vidro transparente da entrada do prédio, vi logo que iria ser “travado” á porta. Testemunhas de Jeová. Profetas dos tempos modernos. Acelerei o passo, fingindo urgência e pressa, mas, já treinadas a reconhecer esse tipo de comportamento, as duas mulheres não se deixaram enganar. Parei. Estava encurralado.
“Desculpem…mas estou com um pouco de pressa…” Disse
“São apenas cinco minutinhos” respondeu a mais velha com uma voz meiga e sorriso simpático.
“Não me parece que cinco minutos sejam suficientes para me “venderem” uma religião nova, por isso é melhor ficar para a próxima” Respondi meio a brincar.
Apressei o passo em direcção ao carro que estava estacionado mesmo em frente do prédio e, enquanto o ligava, um sentimento mau invadiu-me o espírito. Estupidez. Eu fui um perfeito estúpido. As simpáticas senhoras apenas me pediram cinco minutos do meu "dispensável" tempo, que poderiam perfeitamente ser dez, apenas para me passarem a sua mensagem, as suas convicções. Por que não? Por que não ouvir? Porquê não dar uma oportunidade a alguém que quer apenas manifestar a sua fé? Não é isso que fazemos todos os dias? Nas conversas entre amigos, no trabalho, na família, no mundo? Em tudo o que fazemos e dizemos, o que estamos realmente a fazer senão dar um pouco mais de nós, as nossas ideias, as nossas certezas e convicções? Não seremos todos nós “vendedores de sonhos”? Vendedores de "visões" do mundo e de "verdades irrefutáveis"? Vendedores das nossas criações?



Não sou uma pessoa de convicções religiosas. Mas, de vez em quando reconheço que devia parar, nem que fosse apenas por cinco minutos para ouvir. Ouvir, para depois saber escolher, reforçar uma fé antiga ou então mudar. Uma coisa eu tenho a certeza. ELE existe. Apenas não sei o seu nome. Reconheço-o apenas por Pai.

2 comentários:

liamaral disse...

É verdade, apenas acrescento que não me parece que te fossem contar nada de muito novo...
:) Beijinho

Hélder Ferrão disse...

Provavelmente um trecho da biblia menos popular, não sei...(risos)
Beijinhos