
Hoje fiz aquilo que há muito tinha curiosidade para fazer. Regressão a vidas passadas através do Reiki. Dirigi-me a uma clínica chamada Portal da Luz, no Porto, e aí foi. “Regressei”
Começou por um exercício de relaxamento do corpo. A começar pelo braço direito, as mãos, os dedos, o cotovelo, e depois o mesmo no braço esquerdo, passando depois para a cabeça, tronco, costas, pernas e pés. A respiração era lenta, em profundas inspirações e lentas expirações. “Relaxe….inspire profundamente”, dizia a terapeuta numa voz calma e suave, quase um murmúrio.
Vejo uma escada. Ela desce em espiral no interior de uma câmara pouco iluminada. Os degraus são em cimento e não existe qualquer tipo de apoio para as mãos. O espaço é frio, feio e mal tratado. No fim da descida, estou numa sala de paredes vermelhas. Ao fundo, a luz entra forte e branca pelos pequenos vidros quadrados da janela. Á esquerda da sala, está um móvel, perece-me uma cómoda, preta, com desenho clássico, antigo, com largas gavetas. Ao meu lado direito está uma porta, alta, castanho clara. Não tem puxador. Empurro-a. Ela não abre. Sinto medo, agora está tudo escuro, sinto arrepios e, subitamente, abro os olhos.
“Hélder, você bloqueou” disse-me a Dra. Depois de algumas perguntas e considerações relativas a "esse" medo, disse-me que devido a "ele", bloqueei a minha entrada pela porta que tinha visualizado.
Segunda tentativa: Estou novamente na mesma sala. Vejo agora que ao lado da cómoda escura, se encontra uma outra porta. Alta, estreita, branca. Encontra-se fechada, mas tem um puxador. Abro. Entro. Uma lareira ao fundo queima alguns toros de madeira. Uma grande secretária vazia de papéis faz companhia a uma confortável cadeira. “Vê alguém nessa sala?”, pergunta a voz suave - Vejo. Ele está de pé com uma mão atrás das costas e a outra no queixo, pensativo, junto de uma janela. Olha as árvores e o rio mais lá á frente. É alto, veste todo de preto a condizer com o preto do cabelo e bigode “Vê algum nome?”. Sim. (***nome***). Sou eu.
“O que é que ele está a sentir?”
Ele está preocupado, apreensivo com a decisão que tomou. Matar os seus empregados, seus companheiros de mar… "Você é pescador?"- Não. Eu roubo no mar. Quero ficar com tudo para mim...
“Avance até á altura em que põe em prática esse seu plano” - Estou numa praia, sozinho. Fui abandonado pelos meus companheiros. Não os matei. Eu é que quero morrer, aqui, sozinho nesta praia.
“Avance 2 anos…onde está agora?” – Estou numa feira, novamente vestido de preto, com um lenço preto na cabeça. Estou furioso, enquanto passo olhares rápidos pelo espaço de pedra que compõe a feira. “Porquê está zangado?” – Não sei….
“Avance, agora dez anos” – Estou no campo. O campo da minha casa. Vivo da terra, das uvas. Estou sozinho, e sinto-me só, deprimido.
“Avance até á altura da sua morte”- Estou deitado numa cama muito larga, coberto por lençóis brancos. O quarto é cinzento, e do lado direito da parede está um quadro oval com um desenho de uma senhora. Estou sozinho, mas ouço o barulho das minhas duas filhas a brincar lá fora. A minha mulher não está preocupada. Eu distanciei-a durante toda a minha vida. Ela não me ama…
Estou agora no meu funeral. Ela, a minha mulher, veste de preto com uma renda preta na cara. Segura as nossas filhas, uma por cada braço, junto de si.
O caixão tem muitas flores em cima, mas muito pouca gente está lá a assistir.
“Avance até o seu plano espiritual…vê alguém consigo?” – Não, ainda estou na minha casa. Não quero partir. “Avance até o momento em que partiu” – Estou sentado na relva. Estou vestido de branco, assim como toda a gente que cá está. Estou a ler um livro de capas vermelhas. É o livro da minha vida. Leio-o sem qualquer emoção, sem qualquer arrependimento. Aqui sinto que o que fiz na Terra não tem qualquer importância. Estou a aprender, a ver aonde é que errei. “Avance até o momento em que está prestes a regressar a este mundo novamente” – Vejo um homem velho, alto, de bigode branco. “Quem é ele?”- É meu professor parece-me um pouco zangado, ou impaciente. “Quais são as palavras que o ouve dizer?” – Bondade, determinação, fugir da solidão…. são as minhas missões….
Nota: Muitas outras coisas foram ditas, assim como muitas emoções foram vividas, mas, prefiro conservar essas experiências apenas para mim. No entanto, partilho esta “viajem” convosco, porque penso que todos nós a devíamos fazer, porque muito pode ser aprendido e corrigido nesta vida…