sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Corpo de Lata


Ídolo significa também “Objecto de grande paixão”. Não tenho nada contra os idólatras, e se querem mesmo saber, olhem...quanto a mim…cada qual idolatra como quiser e como bem entender o “tal” a quem decidiu pôr no seu pedestal de ouro pessoal. Isso é lá “convosco”. Mas, há um ponto no meio de tudo isto que eu tenho alguma dificuldade em entender e aceitar, e que é basicamente o seguinte. Quando chamamos alguém de “meu ídolo”, no fundo estamos, nestas escassas duas palavras, a dizer que esse “espírito elevado” é representativo de uma ideologia, dono de uma série de características com que nos identificamos e revemos quase totalmente. Um ídolo, abreviando, é alguém que admiramos profundamente, alguém que respeitamos de forma a raiar a divindade, alguém por quem nutrimos paixão e que é exemplo daquilo que nós próprios gostaríamos de ser, certo?
Como sabem, ao longo da História do mundo, muitos nomes foram apontados como ídolos, como ícones. Falo, neste caso, de homens e mulheres que, de uma forma profundamente marcante mudaram formas de pensar, formas de agir, influenciando o futuro e a história de sociedades inteiras. Foram adorados na sua essência, na sua original diferença e capacidade e, por isso, destacaram-se dos demais com algo de seu e inimitável. Olhando para a nossa realidade presente, é cada vez mais frequente notar que, a grande maioria daqueles que são postos nos "altares de adoração" são escolhidos pelos princípios errados, ou melhor, por fracos e pobres argumentos, não acham? As pessoas “comem com os olhos”, e apaixonam-se pelo “cheiro”. Vão ao sabor do vento, atrás da moda do momento, sem questionar muito se por detrás daquele original penteado a combinar com a aerodinâmica de um potente carro está uma mente inteligente e com algo de novo para oferecer ao mundo…
Felizmente, e como quase tudo na vida, as modas vêem e vão, e com elas essas “estatuetas de ouro” que durante algum tempo souberam esconder o seu real “corpo de lata”…

3 comentários:

Barbie Boy disse...

Pois...mudam-se os tempos mudam-se as vontades! E com esta verdade morre muito do que deve ser, e do que deveria ser. Como quase tudo valorizamos o esvaziamento de conteúdos em detrimento das modas sempre efemeres. Provavelmente é por esse motivo que para arranjar grandes referências é preciso recuar sempre a um passado já distante.

Hélder Ferrão disse...

Nem mais, meu caro Barbie Boy. Mas, quanto a mim, muito "disto" tem haver com a educação cultural que se dá ás novas gerações. As referências passadas pura e simplesmente não existem na memória das pessoas, porque não foram transmitidas, ensinadas...
Abraço

FM disse...

Idolatrar?!
Sim, muita gente. Não, muita mais.
Abraço.