sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

(- 364)


E aí estamos nós, novamente em contagem decrescente para a entrada do novo ano que se avizinha. Restam-nos apenas uns escassos 364 dias para nos dedicarmos á realização dos compromissos que, nos nostálgicos últimos segundos do passado ano, nos comprometemos a pés juntos a fazer tudo por tudo por cumprir.
Nessas derradeiras últimas badaladas que puseram termo a 2009, a grande maioria de nós, aposto, foi tomada de uma forte energia, invadida por uma vontade enorme de vencer, de crescer, de conquistar o mundo, e, todo e qualquer desafio para o futuro, naquele momento pelo menos, pareceu-lhe insignificante, um pequeno muro facilmente ultrapassável pelo um fraco impulso no salto.
Uns poucos minutos antes do brinde ao novo ano, dei por mim a olhar para trás, para este passado recente do último ano. Sem excepção, vi onde errei, onde falhei, onde poderia ter feito melhor, se na altura estivesse com predisposição para tal. Para minha grande satisfação, ali de taça na mão, não senti a vontade do arrependimento, não encontrei uma má pessoa no reflexo desse “espelho” onde me revi, e no brinde á entrada do novo “presente”, não encontrei razões para não sorrir e brindar também a esse passado que terminou pelo imposto ultimo dia do ano; Não sei, penso que pelo facto do último calendário ter sido atirado no lixo, fez com que, com ele, alguns dos dias que ele assinalou deixassem de ter importância, pelo menos os maus, os menos felizes, os menos conseguidos. Ali, no "fim do passado", eles deixavam de ser “realidade”, passando agora a “história antiga” sem relevância para “este” presente, embora deixando sempre algumas facturas para saldar…

Com essas últimas doze badaladas, vem o perdão, vem a nova e renovada energia que nos leva a acreditar que o planeta é demasiado pequeno para a nossa incomensurável vontade. Somos gigantes aprisionados num pequeno e limitado corpo, a rirmo-nos da facilidade do Mundo, e como ele, nessa escassa fracção de segundo, se apresenta tão fraco, tão vulnerável á nossa vontade.
De forma a não perdermos este tão renovado estado de espírito, não acham que deveria haver uma profunda alteração no nosso actual calendário?
O que acham de, em vez de do ano ter 365 dias, ele passar a durar apenas 24 horas?

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