quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sheila Maria


Há pessoas que são mesmo distraídas, não há? Olhem o exemplo desta jovem da fotografia! (E, já agora, aproveito para dizer que foi apenas com o meu "dito" pedido especial, (sim é verdade) e sem me levar um tostão, (acrescento) que a menina em causa acedeu a tão bem ilustrar nesta magnifica foto (que foi eu que tirei) aquilo que eu venho prá aqui falar. Reparem: Então não é que esta nossa amiga, (chamemos-lhe Sheila Maria) está perfeitamente convencida que aquela suculenta fatia de melancia que tem nas mãos é um telefone e que, por sua vez, está em contacto com a sua cabeleireira pessoal a combinar a próxima manicura aos pés, e sim, não me enganei, e, pior, sem se aperceber que está prestes a levar com uma onda gigante mesmo na cara? Ai, coitadita da moça! Haverá pessoa mais distraída do que a nossa Sheila Maria? Não, não creio. Trocar o telefone por uma melancia, ainda vá que não vá; Agora… não ver uma onda gigante prestes a engolir-nos… ó meus amigos! Nunca se viu tal! Ou... já?!
Pois…, pensando bem, até que este cenário não foge muito á realidade, não acham? É…, parece-me que todos nós, numa ou noutra altura da vida, já levamos com uma onda destas pela cabeça abaixo e, aposto, sem sabermos bem de onde ela veio…, verdade? Então, e para que não nos chateemos, parem lá de gozar com a moça, está bem?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Manchas Negras


A questão é que muitos não a conseguem ultrapassar, por muito que o queiram. E depois há os outros, os que não querem, claro. Os que querem e que tentam, não tenho dúvidas que podem esquecer durante dias, meses até, mas é dificil digo-vos, pois estou em crer que “aquela” lembrança, essa tal “mancha negra” que os persegue e a que muitos chamam de ressentimento há-de sempre teimar em manter-se vivinha da silva mesmo com as repetidas juras de “morte certa” que lhe rogarem. Infelizmente, e é mesmo assim, levam-na com eles para todo o lado como se uma doença incurável se tratasse. O mal, entre outros tantos que uma “patologia” deste tipo pode trazer, é quando os seus sintomas se manifestam na “pele” sem que para isso a tenham que a provocar com uma lufada de “ar” mais forte. É: Ela aparece sem aviso ou satisfação, cega-os por instantes, e, feito o seu trabalhinho sujo, vai á sua vidinha de novo para dentro do “saco” até novas ordens.

Para os que não querem ver-se livres de tal bênção, tenho para mim que esses "iluminados" coleccionam esse tipo de cicatrizes pela razão óbvia da dita aprendizagem; Sim, porque muitos juram que é “dali” que vão buscar as “tais” lições de vida que nunca se esqueceram e nunca se esquecerão porque “dali”, dizem, saíram mais fortalecidos que nunca.
Tretas, digo eu…
Correndo o risco de já estar a ir por aí, não pensem que pretendo fazer deste texto um discurso psicológico acerca de como os “traumas” passados podem prejudicar o nosso equilíbrio emocional no presente. Não, não é isso que pretendo, mas, aproveitando que vou “lançado”, deixem-me mandar aqui um “recadinho” assim a jeito de “vê lá se acordas prá vida” a todos aqueles (a um 3º tipo de pessoas que só me lembrei agora que existiam) que têm tantas dessas “manchas negras” guardadas no saco e, neste caso concreto, apenas com o intuito de as usarem como desculpa pela frustração dos seus dias, como justificação pelas suas tantas derrotas que não conseguiram ultrapassar apenas com o sabor da verdade, que não conseguiram engolir sem a ajuda sempre conveniente da tal "mazela da vida" e, claro, muito, muito mais, como vocês bem sabem e conhecem...
E o conselho é este, embora já o tenha dito mais acima:

«Vê lá se acordas prá vida!»

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Moto da Moda


Se há coisa que me arrependo, e muito, é de ter vendido a minha moto. Não é que ela fosse grande coisa, mas era “a minha moto”. Sim, nunca a devia ter vendido. Foi-me oferecida pelo meu pai quando fiz 16 anos, e era muito bonita. Na altura era a moto da moda, e todos os putos queriam ter uma. A Aprilia SR 50 tinha acabado de entrar no mercado com um design diferente e inovador, o que significava que eu era um dos “tais” que a possuía, e, por isso, o meu estatuto de “cool” foi reforçado nos corredores da escola. Para vos ser sincero, nessa altura não ligava muito a motas, tinha até algum receio, confesso, mas era tão fixe ter uma e, claro, as miudas apreciavam.... A questão é que eu prezava, e isso sim é que era importante, a minha liberdade. Com ela ia para onde queria, quando queria, e ninguém tinha nada a ver com isso. Adorava sentir o vento na cara pela manhã enquanto a conduzia em direcção às salas de aula, e o gelo por debaixo das luvas nunca foi um problema durante o tempo de inverno. Lembro-me que cheguei até a rapar o cabelo, cabelo esse que eu tanto estimava usar com gel, só por causa do capacete que teimava em o destruír. Que tempos esses! Que saudades… Tudo era tão diferente, não que fossem melhores dos que os de hoje, apenas diferentes. Aquilo que mais sinto falta, agora que penso nisso, é a espontaneidade, a sinceridade com que encarava o mundo e as pessoas. Agora tudo é mais “calculado”, mais “estudado”, mais feito com “medições de risco”…
Voltando á minha scooter, e ao facto de a ter vendido quando completei 18 anos, quero-vos dizer que o fiz pelo facto de ter começado a conduzir um carro. Já era adulto, já tinha o meu carro, e por isso as scooters passaram a um "plano inferior", a ser coisas de miúdos. Pois… mas hoje, adulto feito que sou, tenho saudades, muitas saudades do vento a assobiar pela frincha da viseira do capacete, do gelo debaixo das luvas, de ser aquele puto com a "moto da moda" de cabelo rapado…

terça-feira, 20 de abril de 2010

Artistas de Circo


É tudo uma questão de equilíbrio. E não é fácil, como vocês bem sabem. Basta um pequeno deslize e pronto. O “prato a girar” na ponta da “vareta” cai, e, sem muitos “ais” e “uis”, fica ali, no chão, feito em mil pedaços e, infelizmente diga-se, por muita ajuda que se peça á “assistência”, nunca há á mão de alguém uma qualquer cola milagrosa que o monte e o devolva á forma original. «Quem te mandou ser artista?» Perguntam tantos em vez de acorrerem em ajuda ao pobre do equilibrista… Se querem que vos diga, ainda bem que nunca dei jeito para o circo, mas, mesmo da “bancada” consigo ver que o problema agrava-se quando as duas únicas mãos do “artista” começam a acreditar que se multiplicaram por quatro, às vezes até mais, e aí são sempre mais, muitos mais cacos a “voar pela tenda”, não tenham dúvidas. São muitos pratos a girar ao mesmo tempo pelas mãos do próprio “vento”, e, para azar de muitos deles, dos coitados dos pratos quero eu dizer, a “morte” é mais que certa. É esta mania cheia de boas intenções que os ilude, que os leva em boa fé a acreditar que se podem multiplicar a si próprios por um número superior a um (1)! Pois é! Mas, e isto não é novidade nenhuma, houve um dia alguém que disse que “nenhum homem deve suportar um peso superior àquele que consegue suportar” e eu, pela lógica, claro, vejo-me obrigado a concordar com ele, seja ele quem for. Resumindo: De forma a evitar malabarismos de 2ª categoria, penso que cada um de nós deveria operar “magia” apenas com as “cartas” que dispõe, as reais, neste caso. É que, com pratos a cair e cacos pelos ares, alguém sai sempre magoado com estilhaços na pele, e, e isto é verdade acreditem, não há equilibrista ou mágico no mundo que consiga “segurar” toda a sua vida pela força da ilusão e, muito menos, com dedos feitos de puro ar…

"Please" U2

Palavras para quê?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Sacrifice"

Já me tinha esquecido o quanto gosto desta música...

"Rapariguinha do Shopping"

Esta música tem 30 anos, mas bem que podia ser um dos últimos exitos do Rui Veloso. Intemporal...

domingo, 18 de abril de 2010

Filmes Fantásticos


Temos uma enorme tendência para complicar ainda mais o que, já por si só, é complicado. Ou melhor, pensamos que é complicado porque, muitas vezes, depois de descortinada a saída do tal beco sem saída, depois de deitado abaixo esse muro de “trinta metros de altura” que se interpôs no nosso caminho, não serão poucas as vezes, aposto, que chegamos á desconcertante conclusão que os “tijolos” que o construíam eram afinal feitos de fino papel. É. Um problema depois de resolvido fica de uma simplicidade esmagadora. O problema, o verdadeiro neste caso, é a antecipação que se cria; É o imaginar da consequência que aí vem se o completar do “puzzle” não for resolvido que, sem dó nem piedade, nos tolda a visão e nos prega ao chão. Nesse delírio, nesse “fantástico filme” já completamente estruturado na nossa cabeça, chegamos até a ver imagens de “edifícios caídos”, de “ruas cobertas de sangue” misturadas com os gritos dos «Como vai ser agora?» e os já desesperados «Ai meu Deus!» E pronto! Eis que ele aparece! Aí está o “outro” problema, a “curta-metragem” do dia. Claro que neste caso ele não deixa de ser aquele filme que ainda não foi realizado, mas, ainda assim, um filme dos diabos! Pois… mas esse tal problema, esse tal filme que apenas existe dentro da nossa cabeça, tem quase sempre a capacidade e a força para tomar as rédeas das nossas mãos, dos nossos pés, da nossa vida toda. Se o deixarmos, ele acaba mesmo por paralisar todos os nossos movimentos, impedindo-nos até de pensar “racionalmente”, enquanto nos vai envolvendo numa teia feita de medo com personagens e cenários cada vez mais horripilantes…
Aonde quero chegar com isto? Não sei bem, para vos ser muito sincero… Mas olhem… se quiserem, e se tiverem com disposição para isso claro, completem vocês mesmos este argumento conforme vos aprouver melhor. E…Ah! Para que saibam, hoje é Domingo, e amanhã, como é lógico, é Segunda -Feira!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Auto Retrato


Se te pedissem que fizesses um retrato de ti próprio, como é que te pintarias? Que cores usarias para melhor te definires? Recorrerias a pinceladas mais abstractas ou a traços mais finos e definidos? Saberias fazê-lo de cor? Lembrarias todos os ínfimos pormenores da tua própria cara? Como farias se to pedissem? Disfarçarias os sinais e as cicatrizes, ou mantinhas-te fiel ao original? Conheces bem o original? Achas que te sentias capaz de pincelar na tela todos os traços que te compõem? Sim, como o farias?

domingo, 11 de abril de 2010

Simples...ou Não?


Tenho saudades das coisas simples. Um café á beira-mar, um cigarro e uma cerveja á conversa de chinelos na tasca do Zé. Tanto faz. Desde que seja simples, desde que não seja programado com anotações de rodapé na agenda. São os “puros”, esses tais encontros “acidentais” a que nos permitimos cada vez menos por força da responsabilidade, por força do dever do “ajustar contas” com a vida que escolhemos viver. Ás vezes lembro-me que nós, seres humanos, nos esquecemos de lembrar que temos tudo o que precisamos para sermos felizes. Está tudo ali ao pé, á mão de semear. O mar, a tasca, os amigos, a cerveja, o cigarro. É só “pegar”, é só “usar”. Têm tempo, (não digam o contrário como eu). Alguns minutos a menos em frente ao ecrã, uma hora a menos a planear e a sofrer o dia de amanhã, trinta minutos a menos de sono de beleza…
Lembrem-se que o tempo passa depressa, inclusive o da vida.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Estranho


Existem pessoas mesmo estranhas. E, por “estranhas”, refiro-me a todas aquelas pessoas que sofrem de uma “pancada” qualquer que as leva a ter comportamentos completamente desalinhados em comparação aos seus habituais, face aos “estímulos” a que as submetemos. Tenho cada vez mais a certeza que cada um de nós tem uma costela do signo de Gémeos, mesmo sendo nós á nascença “rotulados” por este ou aquele signo. Antes que alguém se ofenda com esta minha “parvoíce”, entendam que não quero com isto dizer que o tal signo de “gémeos” seja um signo astrológico “avariado”, ou mesmo desviado de comportamentos ditos “normais”. Quero, isso sim, atribuir-lhe um outro significado, o "outro" sentido que diz respeito á personalidade que ele veste. É: Uma face, duas pessoas; E é aqui que entra a confusão, a “esquisitice”. Sim, estou em crer que á semelhança destas pessoas, também grande parte da humanidade sofre deste “síndrome”, desta dualidade composta por dois hemisférios completamente opostos. Por isso, e para equilibrar a balança, o mais correcto será dizer que todos nós somos “dois”. Confuso? Não, não creio. Todos já o sentiram na alma, todos já o sentiram na pele e na face assim em jeito de estalo, inclusive daqueles que doem.
Este texto, embora “suave”, pretende transmitir um alerta, um pequeno conselho para a vida, inclusive da minha: Tentem… tentem “controlar” esse “outro” que coabita convosco nos vossos próprios corpos, nas vossas próprias almas, porque só assim poderão ter relações mais autênticas com vós próprios e com os outros.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Líderes de Rebanhos


A procura de alguém que nos inspire é, quanto a mim, um “problema” em constante crescimento.
Noto cada vez mais, e com alguma desilusão á mistura confesso, que uma grande parte da espécie humana está mais vazia de visões próprias, e, como consequência, sedenta por respostas e visões originais que dêem resposta às suas muitas problemáticas. É frequente, para mim pelo menos, ver pessoas á procura de alguém que lhes aponte uma outra “visão”, de alguém que responda, sem muitas dúvidas claro, aos muitos “como é que é” ou aos tantos “como é que devia ser” que os assombra. Para vos falar a verdade, isso enerva-me, isso entristece-me. E porquê? Olhem, porque não gosto de ver pessoas a assumirem as formas de um cordeiro e irem atrás de ideias que não entendem plenamente só porque foram ditas por ”aquelas” pessoas intituladas de “especiais”, de “inspiradoras”. Simplificando e resumindo, sou da opinião que muitos têm sede por orientação, e sentem a necessidade de serem reconhecidos por esses tais “profetas” aos olhos do mundo como fazendo parte de uma "ideia global" que é regida apenas por uma voz. Não entendo mas, por qualquer razão, querem ser vistos a "pastar" nesses rebanhos de “maravilhados”…; Aceitam que lhes toldem a visão, que os transformem em crentes, em seguidores silenciosos, em nome do tal “prestígio” de pertencer a uma “Ordem”, ou a um “clube” muito restrito... E sim, este é um cenário entre centenas de outros. Pergunto: Porquê isto acontece? Porquê preferimos ser seguidores? Talvez, digo eu, soframos da falta de personalidade ou do medo da reprovação, ou, mesmo o mais provável, seja a vergonha associada á falta de confiança que esteja na origem deste problema do “silêncio” a que muitos se remetem por falta de “voz”, e dessa forma preferem seguir aquelas que são mais bem ouvidas, diferentes das nossas claro está, e que são mais bem “ampliadas” ao contrário da nossa, da “verdadeira”, aquela que sozinha está completamente só a pregar no deserto....
É… Uma “história” bem contada pode conquistar o mundo, independentemente dos seus “buracos negros” que, recorrendo ao polimento e á maquilhagem, conseguem ser muito bem disfarçados.