segunda-feira, 5 de abril de 2010

Líderes de Rebanhos


A procura de alguém que nos inspire é, quanto a mim, um “problema” em constante crescimento.
Noto cada vez mais, e com alguma desilusão á mistura confesso, que uma grande parte da espécie humana está mais vazia de visões próprias, e, como consequência, sedenta por respostas e visões originais que dêem resposta às suas muitas problemáticas. É frequente, para mim pelo menos, ver pessoas á procura de alguém que lhes aponte uma outra “visão”, de alguém que responda, sem muitas dúvidas claro, aos muitos “como é que é” ou aos tantos “como é que devia ser” que os assombra. Para vos falar a verdade, isso enerva-me, isso entristece-me. E porquê? Olhem, porque não gosto de ver pessoas a assumirem as formas de um cordeiro e irem atrás de ideias que não entendem plenamente só porque foram ditas por ”aquelas” pessoas intituladas de “especiais”, de “inspiradoras”. Simplificando e resumindo, sou da opinião que muitos têm sede por orientação, e sentem a necessidade de serem reconhecidos por esses tais “profetas” aos olhos do mundo como fazendo parte de uma "ideia global" que é regida apenas por uma voz. Não entendo mas, por qualquer razão, querem ser vistos a "pastar" nesses rebanhos de “maravilhados”…; Aceitam que lhes toldem a visão, que os transformem em crentes, em seguidores silenciosos, em nome do tal “prestígio” de pertencer a uma “Ordem”, ou a um “clube” muito restrito... E sim, este é um cenário entre centenas de outros. Pergunto: Porquê isto acontece? Porquê preferimos ser seguidores? Talvez, digo eu, soframos da falta de personalidade ou do medo da reprovação, ou, mesmo o mais provável, seja a vergonha associada á falta de confiança que esteja na origem deste problema do “silêncio” a que muitos se remetem por falta de “voz”, e dessa forma preferem seguir aquelas que são mais bem ouvidas, diferentes das nossas claro está, e que são mais bem “ampliadas” ao contrário da nossa, da “verdadeira”, aquela que sozinha está completamente só a pregar no deserto....
É… Uma “história” bem contada pode conquistar o mundo, independentemente dos seus “buracos negros” que, recorrendo ao polimento e á maquilhagem, conseguem ser muito bem disfarçados.

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