quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Terapia


Sou um fã de Psicologia. O comportamento humano intriga-me. O saber interpretar emoções e comportamentos com base em informações, muitas delas aparentemente irrelevantes é, quanto a mim, um Dom, uma capacidade inata do ser humano que a pratica. Claro que, a base científica tem que existir, mas, na minha opinião que não é expert no assunto, a capacidade de “leitura” de uma pessoa, a capacidade de “cruzamento de dados”, “dados” esses muitas vezes desenterrados de um passado distante, mas que vêm “justificar” causas presentes, é uma competência de alguém com uma visão mais ampla, de alguém que sente o mundo com uma sensibilidade mais apurada, de alguém cuja emoção é “utilizada” para um melhor entendimento dos “cenários envolventes”.
Enquanto viajo pelos mais diversos blogues, é impressionante, ou melhor, é fascinante o número de pessoas que vou lendo que têm “uma visão”, uma “análise pormenorizada” do comportamento humano. De alguma forma esta constatação cria em mim um sentimento bilateral, porque deixa-me contente e triste de igual modo. É realmente bom saber que tanta, mas tanta gente tem essa “visão ampla” que atribuo aos psicólogos e aos sociólogos, e que por aqui, nesta imensa blogosfera, vão expondo as suas “teses”, as suas “respostas equilibradas” ao nosso “desequilibrado mundo”. Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de pensar que a grande maioria neste universo de “bloguistas” não falam muito dos seus próprios assuntos que por aqui vão sendo publicados, nas animadas ou "problemáticas" conversas de amigos. Sim... não, não exploram as possibilidades das suas próprias ideias, e não põe em prática muitas das suas próprias teorias e “soluções”. Infelizmente não são honestos para com as suas próprias palavras, com as suas “saídas”. E porquê? Não sei. A sério que não sei… O que sei é que ninguém, ou quase ninguém expõe uma ideia por palavras escritas se, na realidade, não sabe como “a” pensar, não sabe como “a” sentir. Por isso, e assim em jeito de terapia, proponho o seguinte: Releiam os vossos textos as vezes que acharem necessárias, porque é nas vossas palavras, nas vossas reflexões, nas vossas “parvoíces” que encontram muitas das respostas às vossas próprias perguntas, muitas teorias para as vossas próprias emoções “descontroladas”, muitos devaneios que justificam os “nossos” comportamentos desalinhados…

6 comentários:

ThreeTense disse...

Uma % elevada dos ditos psic. que por este pais viajam andam à deriva...eles próprios em busca de um psic.! (minha opinião)
Ps.: gosto do meu desiquilibrio... Beijo :))

Hélder Ferrão disse...

(Sorrisos)Uma grande verdade Três Tempos! Andamos todos á deriva á procura de respostas, não é? É isso que torna a vida tão interessante, não achas?

Ps.: Ainda bem que gostas do teu desiquilibrio, porque isso faz com que sejas uma das pessoas mais equilibradas que "conheço"!(risos)
Beijinho

W a l k e r * disse...

Escrevemos para nos ouvir depois em eco, uma e outra vez. Todos os fazemos. Alguns tiram disso algum ensinamento, outros limitam-se a "desabafar" por desabafar. São duas coisas positivas à sua maneira. A escrita é uma forma de expressar o que sentimos no momento.

(mais uma teoria desiquilibradíssima by Walker, quiçá a mais desiquilibrada de todas ;)

Beijito Hélder ;)

ThreeTense disse...

:)))
Quem sabe não nos conheçe-mos, o Porto é uma «aldeia»...
Beijinho

Hélder Ferrão disse...

Não Walker Woman, não penso que a tua teoria seja de todo desiquilibrada. Sou da opinião que a escrita é uma forma de racionalizar sentimentos que, muitas vezes e por qualquer motivo, não conseguimos verbalizar por palavras ditas em voz alta. A escrita, de facto, ajuda-nos a pensar, a libertar...mas, gostaria também que, em muitos casos, nos ajudasse também a aprender.
Beijinho

Hélder Ferrão disse...

Olá Três Tempos! Isso é tão possível como provável! Provavelmente até já nos desentendemos numa situação tão simples como numa fila de trânsito algures no Porto! Mas, aqui "neste mundo" dos blogues, entendemo-nos bem e em questões mais "sérias", não é verdade? (risos)
Beijinho